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A história dos golpes digitais reflete a evolução tecnológica e a crescente complexidade dos ataques cibernéticos, que acompanham o desenvolvimento da computação e da internet desde os anos 1980. O progresso nas comunicações e no acesso à informação facilitou a troca de dados e, ao mesmo tempo, ofereceu novas oportunidades para atividades fraudulentas. A seguir, exploramos os principais golpes digitais ao longo das décadas, com destaque para as mudanças nas táticas e as suas consequências.
O início dos golpes digitais é marcado pelo Worm de Morris, em 1988, considerado um dos primeiros ataques de larga escala. Criado por Robert Tappan Morris, o worm foi projetado para se espalhar pela internet, mas um erro no código causou sobrecarga em cerca de 10% dos computadores conectados, resultando em lentidão e falhas nos sistemas. Esse incidente mostrou o potencial destrutivo dos ataques cibernéticos e levou a um aumento da atenção para a segurança digital.
Nos anos 1990, com a popularização do e-mail e dos sistemas de computador, novos tipos de vírus começaram a surgir. Um exemplo notável é o Vírus Melissa, que surgiu em 1999 e infectava documentos do Microsoft Word, enviando cópias de si mesmo para os contatos da vítima. Esse ataque demonstrou como os sistemas de e-mail podiam ser usados para espalhar ameaças rapidamente, sobrecarregando servidores e chamando a atenção para a necessidade de proteger dados pessoais e empresariais.
A partir dos anos 2000, os golpes digitais passaram a se diversificar e se tornar mais sofisticados. Com o aumento das transações online e do uso de redes sociais, as fraudes exploravam cada vez mais vulnerabilidades humanas e tecnológicas. Um exemplo marcante foi o ataque à PlayStation Network da Sony em 2011, em que hackers roubaram dados pessoais de 77 milhões de usuários, incluindo informações de pagamento. O ataque levou a uma interrupção prolongada dos serviços da Sony e mostrou o impacto financeiro e a importância da proteção de dados no ambiente digital.
Outro incidente notável foi a invasão à rede de varejo Target, em 2013, que expôs informações de cartão de crédito e débito de 40 milhões de clientes, além de dados pessoais de mais de 70 milhões de pessoas. Esse ataque chamou a atenção para a vulnerabilidade dos sistemas de pagamento em grandes corporações e motivou empresas a reforçarem as medidas de segurança digital.
Na década de 2010, os ataques de ransomware se tornaram uma das principais ameaças cibernéticas. Golpes como o WannaCry, em 2017, exemplificam essa mudança. O ataque sequestrou dados em sistemas do mundo inteiro, criptografando-os e exigindo um resgate para a liberação. O impacto foi devastador, afetando hospitais, empresas e instituições governamentais, e levando à criação de políticas mais rígidas de segurança digital.
Outro golpe do tipo ransomware, o NotPetya, também em 2017, atingiu especialmente empresas na Ucrânia, mas se espalhou globalmente. Inicialmente, parecia ser um ransomware comum, mas acabou causando danos permanentes em sistemas inteiros. Esses ataques mostraram como as ameaças digitais podem ir além do roubo financeiro e atingir a infraestrutura crítica de empresas e governos.
A pandemia da COVID-19, em 2020, trouxe uma nova onda de golpes digitais, aproveitando-se do medo e da incerteza da população. Muitos golpistas utilizaram phishing e e-mails fraudulentos para simular informações sobre a doença, vacinas e auxílios governamentais, atraindo vítimas para roubar dados pessoais e financeiros. Esses ataques demonstraram como eventos mundiais podem ser usados por cibercriminosos para manipular emoções e explorar vulnerabilidades.
Nos dias atuais, a tecnologia de deepfake também é utilizada em golpes digitais, aumentando o nível de sofisticação das fraudes. Em 2024, surgiram casos de vídeos falsos de figuras públicas e artistas, usados para enganar vítimas com promessas de resgates financeiros. Esse tipo de golpe explora a veracidade dos vídeos para enganar o público, abrindo um novo capítulo na história das fraudes digitais.
A história dos golpes digitais evidencia um crescimento progressivo e contínuo em sua sofisticação e alcance. A tecnologia oferece novas possibilidades, mas também expande as oportunidades para atividades fraudulentas. Desde os primeiros vírus e worms até os sofisticados deepfakes e ransomware, os golpes digitais evoluíram para explorar a ingenuidade dos usuários, as lacunas de segurança e os avanços tecnológicos. Esse cenário ressalta a necessidade constante de medidas de segurança cibernética robustas e de conscientização, tanto para indivíduos quanto para empresas, a fim de mitigar os impactos e reduzir o risco de futuras ameaças.
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