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Enquanto muitos brasileiros seguiam sua rotina cotidiana, uma operação de grandes proporções ganhava corpo nos bastidores da segurança pública: a “Broker Phantom”, deflagrada em maio de 2025, expôs as entranhas de uma organização criminosa altamente articulada, especializada em fraudes virtuais e lavagem de dinheiro.
Com ramificações em quatro estados e epicentro de mandados em cidades como Diamantino (MT), a operação revelou que o cibercrime nacional está longe de ser amador — e que o Estado está reagindo com força e estratégia.
Conduzida pela Polícia Civil de Goiás, através do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (GREF/DEIC), a investigação mapeou uma rede nacional de golpistas que movimentava somas expressivas com fraudes virtuais. Com apoio das polícias civis de Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina, o cerco foi montado em silêncio.
Em números, a operação impressiona:
Mais de 400 policiais civis foram mobilizados, em uma das maiores operações do gênero no país.
As fraudes praticadas pela quadrilha iam além dos tradicionais golpes por WhatsApp ou e-mail. A organização utilizava esquemas sofisticados de engenharia social, sites falsos, simulações de investimentos e plataformas digitais manipuladas para atrair e enganar vítimas em todo o território nacional.
O dinheiro oriundo dos golpes era então pulverizado por uma rede de laranjas, empresas de fachada e contas de terceiros — um clássico modelo de lavagem de capitais digitais, muitas vezes finalizando em ativos como criptomoedas ou bens móveis de alto valor.
Um dado que chama atenção é a presença de mandados em Diamantino, cidade do interior de Mato Grosso. Isso confirma um fenômeno já observado pelas forças de segurança: o deslocamento do crime virtual para localidades menores, como estratégia para dificultar o rastreamento e “disfarçar” movimentações financeiras suspeitas.
Municípios fora dos grandes centros estão cada vez mais presentes no mapa do cibercrime — seja como base de operação, seja como local de fachada para contas bancárias e empresas utilizadas nos esquemas.
A “Broker Phantom” é também um case de sucesso sobre a cooperação interestadual. A atuação integrada entre as polícias civis de diferentes estados foi crucial para mapear as ramificações da quadrilha, permitir a sincronia dos cumprimentos de mandados e garantir o elemento surpresa da operação.
A atuação coordenada mostra que o combate ao crime digital exige redes de investigação tão eficientes quanto as redes dos criminosos.
A operação “Broker Phantom” é mais uma prova de que o crime virtual não é mais apenas um problema de indivíduos isolados, mas um desafio sistêmico, que envolve estruturas complexas e estratégias tecnológicas refinadas.
A resposta do Estado, quando coordenada, tem poder de desarticular essas redes, proteger a população e mostrar que a impunidade está com os dias contados.
No mundo dos bits e dos cliques, justiça também se faz com inteligência — e a Broker Phantom mostrou que, quando ela atua, os fantasmas do cibercrime começam a desaparecer.
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