GOLPE DO INTERMEDIÁRIO

O avanço da tecnologia trouxe muitas facilidades para a compra e venda de bens, mas também abriu espaço para a criatividade dos criminosos digitais. Um exemplo preocupante é o golpe do intermediário, uma prática que se tornou frequente em diversas regiões, incluindo Bauru, como alerta um delegado local. Esse esquema aproveita a confiança e o interesse em transações rápidas para lesar tanto vendedores quanto compradores, criando uma teia de manipulação que deixa ambos os lados prejudicados.

Como o golpe funciona?

O golpe do intermediário começa com a identificação de um vendedor legítimo, geralmente alguém que anuncia um veículo em plataformas de compra e venda online. O criminoso se apresenta como um “intermediário”, afirmando que seu objetivo é revender o item por um preço mais competitivo. Ele convence o vendedor a remover o anúncio original, prometendo que cuidará de todos os trâmites do negócio.

Com o anúncio fora do ar, o golpista republica o veículo na internet, mas desta vez com um preço muito mais atrativo, a fim de chamar a atenção de possíveis compradores. Uma vez que atrai um interessado, o criminoso passa a manipular as duas partes. Ele negocia com o comprador fingindo ser o proprietário do veículo e, ao mesmo tempo, mantém contato com o vendedor, garantindo que a transação está em andamento.

O golpe culmina quando o comprador faz o pagamento diretamente ao golpista, acreditando que está adquirindo o veículo. O criminoso então desaparece com o dinheiro, deixando o comprador sem o bem e o vendedor sem receber. Ambos acabam se sentindo lesados e, na tentativa de resolver a situação, procuram a delegacia — muitas vezes desconfiando um do outro, sem perceber que foram vítimas do mesmo golpe.

Por que o golpe é tão eficaz?

1. Manipulação da confiança: O criminoso constrói uma narrativa convincente e utiliza a urgência ou o “bom negócio” como argumentos para enganar ambas as partes.
2. Descentralização da comunicação: Como o golpista age como um elo entre comprador e vendedor, os dois nunca se comunicam diretamente, o que dificulta a identificação de inconsistências na história.
3. Atração pelo preço: Ao oferecer o veículo por um valor abaixo do mercado, o golpista atrai compradores que buscam uma boa oportunidade, muitas vezes ignorando os sinais de alerta.

Como se proteger desse tipo de golpe?

1. Nunca remova anúncios a pedido de terceiros: Mantenha o controle sobre a negociação e evite intermediários que prometem vantagens sem justificativa sólida.
2. Exija contato direto: Insista em interações diretas com o comprador ou vendedor. Evite negociações que dependam exclusivamente de um intermediário.
3. Confirme a identidade: Sempre verifique a identidade e os documentos das pessoas envolvidas na negociação. No caso de veículos, certifique-se de que o vendedor é o real proprietário.
4. Desconfie de preços muito baixos: Se algo parece bom demais para ser verdade, geralmente é. Um preço extremamente abaixo do mercado pode ser um sinal de golpe.
5. Utilize meios de pagamento seguros: Evite transações em dinheiro ou transferências para contas desconhecidas. Prefira formas de pagamento rastreáveis e vinculadas ao vendedor legítimo.

O golpe do intermediário é um alerta de que a cautela deve sempre acompanhar as facilidades proporcionadas pela tecnologia. A chave para evitar ser vítima está na desconfiança saudável, na verificação minuciosa de informações e na comunicação direta entre as partes envolvidas. Delegados e especialistas em segurança digital reforçam a importância de denunciar esse tipo de crime para que as autoridades possam identificar e coibir a atuação dos golpistas, protegendo outras pessoas de prejuízos semelhantes.

Lembre-se: na internet, todo cuidado é pouco, e agir com prudência é o primeiro passo para realizar negócios seguros e bem-sucedidos.